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Presidente do Tigres relembra passagem de Pedrinho e Felipe pelo clube

Dois dias depois da dolorosa goleada sofrida no clássico contra o Flamengo, Pedrinho se movimentou nos bastidores do Vasco e oficializou a contratação de Felipe para o cargo de diretor-técnico. O presidente aposta no ex-jogador e amigo para "resgatar a essência" da equipe - palavras suas. Será a reedição de uma parceria que o torcedor vascaíno conhece bem, mas que também já ocorreu no comando de outro clube do Rio de Janeiro.

Em 2017, Felipe e Pedrinho foram respectivamente técnico e auxiliar do Tigres do Brasil nas primeiras rodadas do Campeonato Carioca. Os dois haviam acabado de retirar a licença de treinador da CBF e receberam no clube de Xerém, na Baixada Fluminense, sua primeira oportunidade.

Foi uma passagem curta. Como havia terminado em 11º lugar na edição anterior do Carioca, o Tigres em 2017 disputou a fase preliminar, mas, sob o comando da dupla, venceu apenas uma partida e não conseguiu se classificar. Felipe e Pedrinho pediram para sair depois de sete jogos (uma vitória, três empates e três derrotas), e a Fera da Baixada, no fim, terminou rebaixada.

Apesar dos resultados ruins, os dois causaram boa impressão e deixaram as portas do Tigres abertas.

- Eles me surpreenderam positivamente - afirmou Aristóteles Larios, presidente do clube, ao ge.

- Eles são pessoas muito sérias, por quem eu tenho um carinho enorme. São muito inteligentes, educados e sérios no que estão fazendo. Muito acessíveis, a gente sempre tinha um diálogo na hora de trocar ideia, sobre contratações. Foi uma experiência muito positiva - completou.

No Tigres, os amigos trabalharam juntos em um clube pela última vez. Pedrinho, depois dali, voltou a dedicar-se à carreira de comentarista esportivo, função que ocupou no SporTV até o ano passado. Ele em seguida aceitou o convite do grupo político Sempre Vasco, lançou-se candidato a presidente do clube, venceu as eleições e tomou posse em janeiro.

Por sua vez, Felipe retomou a vida de treinador somente em 2020, no Bangu. Também dirigiu o Confiança, do Sergipe, e este ano comandou o Volta Redonda no Campeonato Carioca. Agora os dois vão se reencontrar no Vasco.

"Eles são irmãos, essa é a verdade"

No Tigres, Felipe e seu auxiliar Pedrinho tentaram implementar um modelo mais moderno de jogo, valorizando a posse de bola.

- Na época a gente tinha alguns parceiros de negócios que traziam recursos para o clube. E fazia todo sentido para a gente ter pessoas nome forte - contou Aristóteles.

- De certa forma, quando você está nessas divisões inferiores, precisa de alguém que imponha respeito. E eles foram jogadores com histórias brilhantes e tinham tudo a ver com nossos valores, com o que a gente imaginava de futebol. Foi uma aposta mútua. Eles tinham uma ideia muito próxima da que o Fernando Diniz implementou nos últimos anos no futebol brasileiro. Eles já estavam com essa cabeça.

O experiente meia Éberson, com passagens por diversas equipes de menor expressão do Rio de Janeiro, na ocasião tinha 34 anos e tornou-se uma espécie de 12º jogador da dupla, sempre saindo do banco nos jogos.

- Eu recebi o convite do diretor e nem sabia que eram os dois que iam assumir. Quando soube, fiquei maravilhado. O Felipe é um dos meus ídolos. Conhecendo os caras mais de perto, foi só coisa boa mesmo. Eles são fora de série e estavam preparados pra caramba para assumir no futebol - disse o jogador, hoje aposentado, que acredita que o tempo curto de trabalho interrompeu o que vinha sendo uma evolução.

"Se eles tivessem tempo para trabalhar, acho que o negócio andava".

Quem acompanhou de perto a primeira vez de Felipe e Pedrinho no comando de uma equipe de futebol destaca a relação de carne e unha preservada por eles.

- Eles são irmãos, cara. Essa é a verdade - disse Aristóteles.

- Eles mesmos falam isso. Eles têm uma sintonia de trabalho e pessoal muito grande, isso facilita demais. Pedrinho tem uma parte técnica muito forte, o Felipe tem uma questão de vestiário que me surpreendeu positivamente. Eu não tinha essa imagem, só tinha a do jogador. Eles tinham um trabalho muito alinhado, não via discordância. Além de um respeito muito grande dos atletas.

Fonte: ge
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