O Vasco divulgou na tarde desta terça-feira uma nota oficial confirmando o doping de Carlos Alberto, que foi flagrado no exame após o clássico contra o Fluminense, pelas semifinais da Taça Guanabara. O clube informou que o meia ingeriu as substâncias Hidroclorotiazida (diurético usado para o controle da hipertensão arterial) e Carboxi-Tamoxifeno (metabólico do tamoxifeno, utilizado para o tratamento de câncer de mama) de forma acidental, após ter ingerido um medicamento contaminado.
O clube informou que pediu a contraprova e disse que está tomando todas as medidas necessárias para identificar as causas desse problema e apresentar a defesa do atleta.
A assessoria de Carlos Alberto, mais cedo, informou que o jogador é muito cuidadoso com a ingestão de medicamentos e que, por estar realizando um tratamento ortomolecular, pode ter ingerido a substância acidentalmente, o que mais tarde foi confirmado pelo Vasco.
O vice-presidente do Tribunal de Justiça Desportiva, Marcelo Jucá, informou que desde 2009 o Código Brasileiro de Justiça Desportiva segue o padrão do Código Mundial de Antidopagem (WADA), que prevê, nestes casos, pena base de dois anos.
- Em 2009, o Brasil adotou integralmente o Código Mundial que prevê, em tese para estes casos, pena de dois anos. Podendo, no entanto, incidir atenuantes que vai até a advertências. Isso em tese, que fique claro - disse Marcelo Jucá.
O TJD aguarda o resultado da contra-prova para anunciar a suspensão preventiva do jogador por 30 dias. Logo após, o advogado de Carlos Alberto terá direito à defesa prévia antes de a Procuradoria oferecer a denúncia.
Procurador afirma que doping no Rio é raro
O procurador do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD), André Luiz Valentim, afirmou que vai esperar a contraprova para ver que medidas serão tomadas.
- Eles (Vasco) vão ter que provar que foi por causa do tratamento ortomolecular, há casos em que o organismo produz a substância. Tem que aguardar a contraprova confirmar a substância. A punição é de dois anos no mínimo, independente da substância. Agravante é ter uma ficha de penalidade com algum problema. Normalmente se julga rápido. Se der entrada amanhã julga semana que vem. Para caso seja absolvido não perca mais tempo disse.
Ainda conforme Valentim, há poucos casos como o de Carlos Alberto no Campeonato Carioca.
Casos como esse são raros no Carioca. Se ele for absolvido, a procuradoria pode recorrer pro mesmo TJD. Vai ser julgado primeiro na comissão do TJD. O Vasco também pode recorrer no pleno do TJD. Dependendo pode ir pro STJD. Demora pra voltar a jogar, não pode entrar em campo enquanto não for julgado. Podemos ter ainda efeito suspensivo para lá e para cá falou o procurador.
Na noite de segunda-feira, o clube já havia sido notificado pela Federação Estadual de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) sobre o resultado positivo do exame realizado pelo jogador após o clássico na semifinal da Taça Guanabara.
Na manhã desta terça-feira, Carlos Alberto participou normalmente do treino comandado pelo técnico Paulo Autori. Inclusive, após chegar alguns minutos atrasado no gramado, ele conversou rapidamente com o treinador, já sabendo da notícia.
Segundo o site do Tribunal de Justiça Desportiva, Carlos Alberto deverá responder ao artigo 2º, item 2.1, do Código Mundial Antidoping, que aponta para a presença de uma substância proibida ou de seus metabólicos ou marcadores em uma amostra colhida do atleta, e que prevê a suspensão de até dois anos.