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Quarteto formado na base do Vasco festeja parceria na Seleção Brasileira

Andrey Santos é o capitão. Bruno Gomes comemora o golaço do jogo-treino contra o Boavista. Marlon Gomes se mostra importante no grupo de Ramon Menezes. Gabriel Pec briga por vaga no time titular. O quarteto repete na seleção brasileira do Torneio Pré-Olímpico a sintonia dos tempos nas categorias de base do Vasco.

O abraço de dona Silvana, mãe de Gabriel Pec, em Andrey depois da atividade de domingo na Granja Comary simboliza a união entre eles. “Andrey! Que bom te ver, meu filho. É um sonho, né? Ver vocês quatro juntos aqui.” Foi justamente Andrey que avisou Pec da penúltima convocação da seleção, para o período de treinos em São Paulo.

— O Andrey parece que sabe de tudo antes de todo mundo. Me ligou do nada (...). Fiquei muito feliz de reencontrar. A gente era muito junto no Vasco, quando ele subiu, eu o abracei. Com o Bruno eu tenho uma história maior, a gente se conheceu na base com 14 anos. Éramos eu e ele, para cima e para baixo. Fico muito feliz de reencontrá-los na seleção. Era algo que a gente sempre falava, que estaríamos aqui todos juntos — disse Gabriel Pec, o mais velho do quarteto.

Andrey e Marlon Gomes fizeram parte de todo o ciclo da seleção brasileira de Ramon Menezes, sub-20 e sub-23. O último do quarteto a entrar no grupo, e que "furou a fila" nos últimos dias, foi o volante Bruno Gomes. Hoje no Coritiba, ele vê esse momento como a realização de um sonho compartilhado por eles, com significado principalmente pessoal.

— Sempre uma satisfação muito grande ser convocado para defender a Seleção. E poder retornar em um ano-chave, no torneio que pode garantir a vaga olímpica, ainda mais gratificante. E poder voltar e ter companheiros que cresceram comigo como o Andrey, o Marlon, e, principalmente o Pec, é uma alegria também. E claro que facilita bastante dentro de campo por a gente se conhecer muito bem.

Além de compartilharem esse sonho de defender o Brasil, os quatro dividem memórias típicas de quem atuou na base do Vasco. O lanche com açaí ou o salgado no Bar dos Amigos, as passadas no China para comer joelho ou enroladinho, ou as idas ao Restaurante Floriano, tudo ali pertinho de São Januário.

Amizade entre tapas e abraços

O quarteto pode ser dividido em duas duplas, de gerações distintas: Andrey e Marlon Gomes (2004 e 2003), e Bruno Gomes e Gabriel Pec (ambos 2001). Nos dois casos, a aproximação foi maior a partir dos 14 anos. Andrey e Marlon também viveram a dobradinha nas seleções de base.

— A gente sempre teve uma amizade muito forte, desde o início. Quando cheguei no Vasco, a gente já logo se internou, ficou próximo, e essa relação foi se tornando cada vez mais unida e próxima com o avançar dos anos. Mesmo não atuando há dois anos no mesmo clube, sempre mantivemos contato e a amizade segue até hoje — disse Bruno Gomes.

— É o fruto do trabalho da base do Vasco, sempre revelando grandes jogadores. O Andrey é um irmão para mim. Logo quando eu subi, com o Andrey, o Pec e o Bruno Gomes brincavam muito com a gente, até batiam na gente. Hoje em dia estamos aqui, os quatro, podendo desfrutar deste momento maravilhoso — contou Marlon Gomes.

Por que Marlon e Pec davam uns cascudos nos mais novos? Porque gostavam de brincar com os mais novos. E Andrey e Marlon provocavam.

— O Pec pediu para eu não contar, mas era isso mesmo. Ele dava tapa na gente, porque eu era um pouquinho abusado. Quando eu via vindo, eu já pegava outro caminho (risos), procurava sair dele. Quando eu subi (para o profissional), ele me abraçou, me apoiou muito, e nós fomos muitos felizes juntos —contou Andrey.

— O Andrey era de vez em quando um pouquinho abusado lá na base, Marlinho também. A gente pegava no pé porque gostava deles, gostava de estar perto deles. Assistia às vezes aos jogos deles no salão também. Então ver o crescimento deles, e hoje ver a gente jogando junto, é a realização de um sonho — afirmou Gabriel Pec.

Andrey começou no Vasco aos seis anos. Gabriel Pec, aos oito. Marlon e Bruno entraram um pouco depois. Quatro vidas atreladas ao clube, que tem o maior número de formados entre os integrantes desta seleção brasileira convocada para o Pré-Olímpico (4 no total).

Cada qual com a sua própria trajetória de sucesso e percalços até o profissional — Marlon segue por lá, e Pec está de saída —, mas todos com uma característica em comum: a resiliência. E isso é algo compartilhado por outros atletas da base do Vasco. Essa é a visão do técnico Diogo Calhau, hoje no comando do time sub-15, no clube desde 2015, e que trabalhou com os quatro.

— Conseguimos formar muitos atletas competitivos, que querem aprender e sabem o que querem. Além dos conceitos que são aprendidos na base sobre o jogo, todos sabem lidar com situações de problema. A versatilidade e a resiliência são características muito marcantes nos atletas formados pelo Vasco. São jogadores que podem jogar em mais de uma posição, muito inteligentes, que conseguem entender facilmente o jogo e que trazem soluções criativas — comentou o treinador.

Exemplos de desafios enfrentados desde cedo pelo quarteto foram a pressão da torcida, falta de maior apoio financeiro para a base...

— Sentimos muito orgulho de ver os atletas revelados na nossa base representando a seleção brasileira em uma competição tão importante para o país como é o Pré-Olímpico. Participar da formação deles é gratificante, são jogadores que já se tornaram homens, alguns já são pais e estão ganhando o mundo. As conquistas fora de campo também são fundamentais na formação destes atletas, a gestão, os salários em dia, e os investimentos fazem diferença — disse Diogo Calhau.

O Brasil no Pré-Olímpico 2024

O Brasil está no Grupo A do Torneio Pré-Olímpico de 2024, junto junto de Venezuela, Colômbia, Bolívia e Equador. O Grupo B tem Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Peru.

Desde que Ramon Menezes anunciou os convocados para o Pré-Olímpico, oito nomes precisaram ser retirados: o goleiro Andrew, os laterais Vinícius Tobias, Luan Cândido e Patryck; os zagueiros Kaiky Fernandes e Robert Renan; o meio-campista Danilo, todos por não liberação dos clubes; e o último foi o lateral Matheus Dias, por lesão. O zagueiro Lucas Fasson entrou eu seu lugar.

Fonte: ge
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