A remadora brasileira Kissya Cataldo era esperada para entrar na água na manhã deste sábado para a disputa do 13º lugar na final C do skiff simples nos Jogos Olímpicos de Londres, mas não participou da prova por estar suspensa de forma preventiva pela Confederação Brasileira de Remo. A atleta apresentou resultado analítico adverso em exame realizado no Brasil, no dia 12 de julho, pela Federação Internacional de Remo. É o primeiro caso de doping do país nos Jogos.
- Pegou a gente de surpresa mesmo. Fui chamado no escritório da Federação antes da prova, informado sobre o resultado positivo da Kissya e de que ela estaria suspensa de competições internacionais. Então, fui comunicar a ela. É lamentável, mas aconteceu. Agora temos que ver quais procedimentos tomar - disse o chefe da equipe de remo, Sérgio Sztancsa, em entrevista ao SporTV.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ainda não divulgou qual foi a substância proibida encontrada no exame de Kissya. Ela tinha conseguido a vaga para brigar pela 13ª posição ao terminar no segundo lugar em sua bateria na semifinal da última quinta-feira.
- Não sei dizer qual é a substância, mas seria para produzir mais glóbulos vermelhos (transportam mais oxigênio e melhoram o desempenho muscular). Eu tenho os documentos, mas não entendo o que está escrito. Só um médico pode dizer com certeza - afirmou Sztancsa.
O representante da modalidade também contou qual foi a reação de Kissya ao saber da suspensão.
- Quando eu falei com ela, ficou muito surpresa. Ela toma medicamentos e complementos há bastante tempo. Já fez vários exames e nunca apresentou nada. Ela mesma não sabe o que foi. Até acredito que não tenha sido de má fé, mas aconteceu. Cada atleta tem que saber se cuidar. Estou com muita pena dela, mas é um fato. Cada um, em sua escala, vai ter que arcar com as consequências - afirmou.
Sztancsa acredita que o episódio fará com que a confederação seja mais rigorosa com o controle antidoping.
- A direção técnica da confederação sempre informou aos atletas os produtos que são proibidos e o COI sempre pediu que se informasse o que é consumido. Vamos passar a ser mais rigorosos, mas não se consegue controlar o que o atleta toma em casa - explicou.
Remadora do Flamengo, Kissya, de 30 anos, era estreante nas Olimpíadas. Com sua ausência, ela terminou sua participação em Londres com um 18º lugar. O melhor tempo da final C foi da irlandesa Sanita Purspure, com 7m59s77.