Renato Gaúcho acredita que Rodolfo pode formar boa dupla com Dedé

Roberto Dinamite fez votos que Rodolfo comece com o pé esquerdo no Vasco. A frase, em tom de brincadeira, na verdade desejava sorte ao zagueiro que tem o fato de ser canhoto como um de seus trunfos e uma das razões pelas quais o clube decidiu investir em sua contratação. O jogador de 29 anos foi apontado pelo presidente como o futuro companheiro de Dedé. Realmente, a intenção foi buscar alguém que tivesse características que encaixassem nas do Mito.

Ao contrário de Dedé, Rodolfo tem a saída de bola como uma de suas principais características. Algo que, segundo a avaliação da comissão técnica, falta ao time desde a saída de Anderson Martins - negociado no início de setembro com o Al-Jaish, do Qatar. É consenso em São Januário que, mesmo com suas reconhecidas qualidades de marcação, o ídolo cruz-maltino não tem esse estilo de jogo. O mesmo vale em relação a Renato Silva, zagueiro destro que pode perder a vaga para o novo contratado.

Responsável por promover Rodolfo para os profissionais do Fluminense e por sua contratação por empréstimo pelo Grêmio em 2011, Renato Gaúcho acredita que o zagueiro tem tudo para formar uma dupla de sucesso com Dedé. Segundo ele, as características do jogador serão importantes para o Vasco.

- O Rodolfo é um jogador que eu conheço muito bem. É um líder de grupo, um cara muito positivo. Tem ótima colocação defensiva, um chute muito forte e ótima presença de área. O fato de ser canhoto ajuda e, nesse caso, é uma vantagem que ele tem. Mas não é determinante. Tem tudo para fazer uma grande parceria com o Dedé. As características se completam, e isso é muito importante para uma dupla de zaga. O Renato Silva também é um ótimo jogador. O Vasco está muito bem servido de zagueiros - disse Renato Gaúcho.

Zagueiro que \"sai para caçar\"


Para o jornalista Eduardo Cecconi,
responsável pelo blog Tabuleiro, a entrada de Rodolfo no Vasco deverá obrigar o técnico Cristóvão Borges a fazer algumas modificações no posicionamento da marcação da equipe.

- No Grêmio, o Rodolfo se notabilizou pelo combate alto no campo. Ele é um zagueiro que \"sai para caçar\", ou seja, que se adianta para combater os atacantes adversários, utilizando o contato físico para vencer as disputas. Essa característica combina com Dedé, que tem perfil semelhante. Talvez seja necessário, com dois zagueiros que perseguem atacantes, elaborar um sistema de cobertura com os laterais ou com um dos volantes, para não abrir espaços às costas - analisou o jornalista, que também cobre o Grêmio pelo GLOBOESPORTE.COM.

Mesmo com mais rodagem e mais idade do que Dedé, que tem 23 anos, Rodolfo adotou um discurso humilde em sua chegada ao Vasco. O zagueiro admitiu que o momento iluminado do Mito precisa servir de modelo e inspiração.

- O Dedé é muito mais novo do que eu, mas tenho que me espelhar numa pessoa que está num momento especial. A alegria dele vai me contagiar. Sei que para chegar a esse nível será preciso trabalhar muito, e vontade não vai faltar - destacou o jogador, que vai reencontrar Ricardo Gomes, com quem trabalhou na Seleção Brasileira sub-23 e no Fluminense.

O sucesso da dupla com Dedé poderia dar a Rodolfo a satisfação perdida no Grêmio. Depois de um primeiro semestre no qual se firmou entre os titulares, o zagueiro sofreu uma grave lesão na perna esquerda na primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar de ter recuperado a condição de jogo em outubro, ficou fora das opções de Celso Roth, que substituiu Renato Gaúcho durante a competição.

- Ele vinha muito bem no Grêmio, era titular, mas sofreu uma lesão muito séria. Se não fosse isso, tenho certeza de que teria ajudado ainda mais a equipe - afirmou Renato Gaúcho.