Futebol

Renê Simões vê Vasco e Coritiba como "azarões"

Aos 56 anos, o carioca René Simões completa hoje um mês neste retorno ao Coritiba. Depois de recolocar o time na Série A em 2007, ele voltou para assumir a missão de dar um título no ano do centenário do clube. A Copa do Brasil virou o sonho de consumo da hora. Ontem, com alguns reservas, o Coritiba saiu perdendo para o Avaí, na Ressacada, por 2 a 0 e buscou o empate no segundo tempo.

Para quarta-feira, René admite ser preciso tirar uma diferença gigante entre Inter e Coritiba para chegar à final. Para ele, seu time e o Vasco são os azarões das semifinais. Mas ele avisa:

– Acreditem nos azarões. Eles existem.

Zero Hora – O Inter é o grande desafio do Coritiba?
René Simões – Todo mundo tem um Inter na sua vida. Aquele obstáculo que você acha que é muito grande, intransponível. Depois que você o supera vê que não era tão grande. Isso é no trabalho, nos relacionamentos, em qualquer relação. Não é nenhum absurdo dizer que o Inter é um bicho-papão. Até porque ninguém conseguiu vencê-lo. Parece que perdeu um jogo só no campeonato (ganhou invicto o Gauchão) e para o União-MT, se não me engano, estava com time misto, não é?

ZH – Perdeu apenas para o União, com os titulares. É sua única derrota em 2009.
Simões – Então, tudo que se diz do Inter corresponde aos dados. Uma equipe fortíssima, tanto é verdade que tem dois jogadores convocados para a Seleção merecidamente. Fosse o Guiñazu brasileiro, estaria na Seleção também. É uma equipe que tem de ser olhada com muito carinho, não se preocupa só em marcar, mas também em roubar a bola, sair com muita velocidade e se compacta muito bem. Uma equipe extremamente moderna. Merece o rótulo que tem, a posição em que está. Mas, o que é bom no futebol: o Inter não é imbatível.

ZH – As dificuldades que o Inter teve contra Corinthians e Flamengo servem de base?
Simões – Se fosse basquete ou vôlei, dava para esquecer, o Inter seria campeão. Não tem jeito. Mas é futebol. Você fecha o tempo todo, faz um contra-ataque, um gol ou joga com mais lentidão, mais velocidade. O futebol é bonito por isso. Te permite sonhar. Vamos correr atrás do sonho.

ZH – Quem perde mais no primeiro jogo? Inter sem Guiñazu ou Coritiba sem Marcelinho Paraíba?
Simões – Coritiba sem Marcelinho. Muito mais. Se você olhar quem joga ao redor do Guiñazu, verá quem são. Se olhar do lado do Marcelinho, verá quem são. O Marcelinho realmente é o cara do Coritiba. A gente perde muito.

ZH – Mas ele estará de volta na partida decisiva. O Inter virá desfalcado de Nilmar e Kleber.
Simões – Vamos sonhar que é possível. É difícil. O Tite faz um trabalho fantástico. Conheço muito bem o Fábio (Mahseredjian), o time está voando fisicamente. Está tudo certo, tudo encaixado para o Inter.

ZH – Como o Coritiba pode surpreender o Inter?
Simões – Nem sobre tortura eu diria. Vou dizer o que farei aí?

ZH – O caminho é sair do Beira-Rio com, pelo menos, um empate?
Simões – O caminho é fazer com que o jogo seja de 180 minutos. O Vitória não conseguiu isso com o Vasco. Foi decidido em 90 minutos. A decisão tem que ser no Couto (Pereira). Isso é o fundamental

ZH – O Coritiba é o azarão da Copa do Brasil?
Simões – Nós e o Vasco. Seríamos, sim. Mas acreditem nos azarões. Eles existem.

Fonte: Zero Hora
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