Comentei neste sábado para o Sportv um belo evento beneficente, disputado em Anápolis-GO, reunindo os Amigos de Romário e os de Alex Dias - a dupla brilhou junta com a camisa do Vasco em 2005 e 2006. Foi a sexta edição do Futebol Solidário, que recolheu doações em alimentos para entidades assistenciais, e a brincadeira do título deste post é apenas pilha no Baixinho. É que os dois times eram inteiramente desiguais fisicamente, o de Romário muito mais forte, com todo mundo fininho e correndo muito - e a fome do senador por vitórias até em par-ou-ímpar é famosa. Conclusão: placar final de 7 a 0 para o time azul e amarelo, de Romário. Mas é pura pilha, o importante nesse tipo de evento não é quem ganha ou de quanto ganha. Mas sim quanto e para quem se arrecada. "Quem tem fome tem pressa", repetiu Romário antes do jogo, com plena razão.
Eu adoro comentar esses amistosos de Masters. Não há a adrenalina da disputa por pontos, não há a tática que torna o futebol tão interessante, mas há o prazer da técnica que a idade não tira (é ótimo ver a bola ser tratada com deferência) e há a memória afetiva de quem, como eu, viu de perto a maioria desses craques - como Romário e Aldair - iniciando a carreira na metade dos anos 80. E quando a bola rolou, em pouco tempo ficou claro que nem Alex Dias, nem Aldair e nem o goleiro Kleber (ex-Goiás e ex-Fluminense) poderiam parar os amigos do Baixinho. Lembrei, no pré-jogo, que cobri o Vasco no tempo em que se disputavam coletivos e que Romário, não admitindo perder, só faltava expulsar os "árbitros" Silveira, ou Alcir Portella, auxiliares dos treinadores.
O primeiro tempo em Anápolis terminou 3 a 0. O primeiro, um azar de Wilcley, que tentou aliviar a bola, mas ele bateu na cabeça de Aldair e entrou. Romário fez o primeiro dele (segundo de seu time) cobrando um pênalti meio maroto, e o terceiro foi o mais bonito dessa etapa: Felipe Adão (filho do craque Cláudio Adão), que até pouco tempo disputava o Campeonato Estadual do Rio, bateu de chapa, de fora da área, no ângulo. E o time de Alex Dias, com um pessoal um pouco mais barrigudinho, limitava-se aos bons passes de Rogerinho, paratleta extremamente talentoso.
Na segunda etapa, nada mudou. O time de Romário continuou passando o carro, e o de Alex Dias ainda fez mais um gol... contra. As coisas melhoraram para o Baixinho com a entrada de Neném, craque do futebol de areia. Que deu um gol de presente ao senador (o segundo dele no jogo) e marcou outro. Com mais um que Felipe Adão havia feito, a conta fechou em 7 a 0. Independentemente do placar, valeu a festa, valeu o caráter beneficente, Romário e Alex Dias estão de parabéns.
Mas no próximo amistoso, um alerta aos participantes: ou dividam os times antes de chamar o Baixinho, ou negociem uma vaga no dele...