Covardia
Com muita tristeza, vejo meu nome envolvido em suspeita de indicação irregular para o quadro de beneméritos do Club de Regatas Vasco da Gama.
Inicialmente, deixo claro que não pedi para ser indicado, tampouco votado pelos componentes do Conselho Deliberativo do clube.
Todavia, aceito, com muita honra, o título. Trata-se de uma das maiores alegrias que tive na vida, depois do nascimento da minha filha.
Agora, vamos lá.
Aos que não me conhecem, sou advogado, formado desde 1993.
Há muitos, muitos anos fui convidado pelo grande vascaíno e, na época, Vice-Presidente jurídico do Vasco da Gama, Paulo Reis, a colaborar com o clube, fazendo parte do seu quadro jurídico. Aceitei com muito orgulho. Aceitei por amor ao clube que está dentro do meu coração e de toda a minha família. Desde o meu avô, imigrante português, até as novas gerações, inclusive, dois sobrinhos meus, que são americanos e vascaínos. Minha filha de 4 anos puxa o casaca e canta o hino, todos os dias, por exemplo. Minha esposa é natural do Ceará e é Vasco.
Mas não foi pelo vascainismo de toda a minha família que fui indicado a benemérito.
Fui indicado pelo fato de que advogo para o Club de Regatas Vasco da Gama há muitos anos, gratuitamente. Jamais recebi um centavo. Aliás, pago para advogar para o Vasco, porquanto tenho gastos com custas, xerox, transporte etc. dos quais jamais solicitei reembolso.
Abra-se um parêntese: evidentemente, quando Roberto Dinamite assumiu a presidência, os novos diretores não solicitaram meus préstimos, constituindo corpo jurídico próprio. Não discuto isso. Discuto, sim, o fato de que, conforme fartamente noticiado pela imprensa, novos diretores jurídicos estavam sendo remunerados, com valores que remontavam elevadas cifras (falava-se, pasme-se, em R$ 50.000,00 mensais).
Muitos membros da oposição, que hoje questionam meu nome, apoiaram essa gestão Presidida por Roberto Dinamite, e não me recordo de nenhum deles colocar sob suspeita advogados abundantemente remunerados com o dinheiro do clube.
Questionam o meu, que trabalha como advogado para o Vasco da Gama sem absolutamente nada receber, unicamente por amor à instituição.
Questionam meu tempo como sócio, que não é pequeno, afirmando que não preencho requisito para ser benemérito. Preencho, sim, pois o tempo não é o único requisito. O merecimento também é, por relevantes serviços prestados à instituição.
Porém, alguns preferem a covardia. Preferem a proteção das redes sociais. Preferem a senda da difamação.
A intenção não é fazer um Vasco maior. A intenção é apenas tumultuar.
Talvez, se assumirem a direção, irão voltar à velha pratica de remunerar diretores jurídicos com grandes salários.
Quisera eu tivesse o Vasco da Gama vários outros profissionais com a disposição que tenho de colaborar, que disponibilizassem seus escritórios para a prestação de serviços gratuitos ao Vasco da Gama, simplesmente, por amor ao clube.
Como disse, não pedi para ser indicado, não pedi para votarem em mim, mas aceito, como muito orgulho e honra, o título de benemérito.
Alexandre Lopes de Oliveira