Na tarde desta segunda-feira, o procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva entra com o requerimento de abertura de inquérito para apurar se houve ou não má fé do Cruzeiro, na derrota para o Vasco da Gama por 2 a 1, no último sábado. Na verdade, Paulo Schmitt quer saber o que o meia Júlio Baptista quis dizer com a frase “Faz logo outro”, dirigida ao zagueiro vascaíno Cris.
“Assim que o STJD aceitar o pedido, vou ouvir os dois atletas para saber a versão deles. A ideia é fazer isso o mais rapidamente possível”, disse ao Blog do Boleiro.
A conversa entre Júlio e Cris aconteceu aos quatro minutos do segundo tempo, quando o placar marcava 2 a 0 a favor dos vascaínos. O cruzeirense Júlio Baptista disse ao adversário Cris: "Faz logo outro". A frase, capturada em close em áudio e vídeo, causou polêmica nas redes sociais. Júlio e Cris deram a mesma versão ao fato. Eles estariam fazendo provocações, quando o zagueiro disse a Júlio para que o Cruzeiro “pegasse leve” num momento em que o campeão brasileiro pressionava a equipe carioca. A resposta do meia cruzeirense foi para provocar: “Vai lá e faz o terceiro”, teria sido o sentido.
A desconfiança de que o Cruzeiro poderia estar facilitando o jogo para o Vasco da Gama irritou os dirigentes do time mineiro. "É um completo absurdo. Estamos absolutamente tranquilos. O Júlio já deu as explicações e ver outra coisa é querer tumultuar o Campeonato Brasileiro nesse momento", disse advogado Fabiano de Oliveira Costa, diretor jurídico do Cruzeiro.
Schmitt, não acredita que a afirmação de Júlio indique uma possível facilitação do Cruzeiro, mas vai investigar porque outras equipes já mostraram intenção de reclamar na justiça desportiva porque teriam sido prejudicadas indiretamente na luta para escapar do rebaixamento. É o caso de Fluminense, Portuguesa de Desportos, Coritiba, Criciúma e Bahia.
Entrega ou manipulação de resultado é infração prevista nos artigos 243 e 243-A do CBJD. Perguntado sobre quem seria punido – Júlio Baptista isoladamente ou o Cruzeiro como um todo – se caso fosse comprovado qualquer tipo de manobra, Paulo disse que não acredita em má-fé, pelo menos até que os depoimentos provem o contrário.