Com o fim do Campeonato Carioca para o Vasco, que foi eliminado no sábado, após outra derrota para o Flamengo nas semifinais da competição, a equipe de Fábio Carille inicia a preparação para o Brasileirão. Serão três semanas livres até a estreia contra o Santos, no dia 30 de março. Alguns jogadores terminaram o estadual em alta, enquanto outros terão este período para tentar melhorar o próprio desempenho.
O ge preparou um termômetro do elenco para avaliar quem terminou o Carioca em alta e quem terminou em baixa. Natural que com a eliminação e um desempenho abaixo do esperado, reconhecido por Carille, há mais destaques negativos do que positivos.
Em baixa
Payet
O meia francês terminou o campeonato de forma muito decepcionante. Diferentemente do ano passado, quando Payet foi um dos melhores jogadores da competição, o camisa 10 teve atuações abaixo da crítica e se despediu do torneio desgastado com a torcida.
Sem participações em gols e com baixa minutagem, o meia teve as conversas para renovação esfriadas e não deve ficar no clube. Ele caminha para seus últimos meses em São Januário, onde Payet não aparenta que deixará saudades com as atuações recentes.
Lucas Piton
O lateral foi uma das principais armas criativas do Vasco nos últimos anos, mas não teve destaque neste Carioca. Piton deu apenas uma assistência em 10 jogos disputados na competição — em um escanteio contra o Volta Redonda para o gol de Vegetti.
Com bola rolando, passou longe de ser aquele jogador influente no terço final do ataque vascaíno, com cruzamentos para Vegetti e tabelas.
O futebol de Piton foi afetado pela falta de um ponta-esquerda durante toda a competição para se associar ao lateral no ataque — o que melhorou na partida contra o Nova Iguaçu, na estreia de Nuno Moreira —, mas o que chamou a atenção negativamente foi o desempenho defensivo do jogador. Ele foi um dos piores em campo nas duas partidas contra o Flamengo.
Lucas Oliveira
O zagueiro foi contratado para ser a primeira opção no banco de reservas, começou bem e roubou a titularidade nas primeiras rodadas, mas acumulou partidas com falhas determinantes e virou a quarta opção da defesa. Perdeu espaço para Lucas Freitas, que surpreendeu e assumiu a vaga de zagueiro pela esquerda.
As piores atuações foram contra o Fluminense, na qual o zagueiro teve participação nos dois gols do rival carioca, e contra o Volta Redonda, quando ele falhou de forma grosseira no gol de Bruno Santos.
Morno
Vegetti
O argentino foi o artilheiro do Vasco na competição, mas o desempenho nas duas semifinais contra o Flamengo foi ruim. Em um time que não chegava tanto ao ataque e tentava explorar jogadas por baixo, com toques rápidos para o contra-ataque, Vegetti não deu sequência à maioria das jogadas e praticamente não teve utilidade nos dois jogos, com exceção às disputas pelo alto em chutes da defesa.
O atacante segue sendo a principal arma de gols do Vasco, mas o desempenho do argentino nos dois clássicos ligou o alerta sobre a utilidade do atleta em jogos em que o clube não terá a bola, além da necessidade de ter um atacante reserva com outras características para a posição no elenco.
Coutinho
O meia viveu lampejos de criatividade e de bom futebol, mas também momentos mais apagados no Campeonato Carioca. Fábio Carille enxerga o jogador como peça fundamental no esquema de jogo e utilizou Coutinho em oito partidas no torneio, todas como titular, com dois gols marcados.
Pela Copa do Brasil, teve sua melhor atuação neste início de temporada e comandou a vitória por 3 a 0 sobre o Nova Iguaçu, pela segunda fase, e ainda balançou as redes duas vezes.
A parte física do jogador é motivo de certa preocupação. No último clássico contra o Flamengo, Coutinho foi substituído por causa de um problema muscular e passará por uma reavaliação para saber a gravidade da lesão. Desde sua chegada ao clube, o craque vem revezando entre sequências curtas à disposição da comissão técnica e ocasiões em que precisou ficar fora para tratar lesões no departamento médico ou apenas ser poupado.
Tchê Tchê
O volante foi contratado nesta janela de transferências e assumiu a titularidade do meio-campo do Vasco com Fábio Carille. Foram oito jogos na competição, sendo sete iniciando entre os titulares, com duas assistências anotadas.
Após oscilar o rendimento em alguns jogos neste início de temporada, Tchê Tchê terminou como um dos principais destaques da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, seu ex-clube, que garantiu a classificação do Vasco às semifinais do Carioca. No entanto, o volante sofreu uma lesão no ligamento colateral medial do joelho durante o clássico e não foi relacionado para os confrontos contra o Flamengo.
Em alta
Nuno Moreira
O reforço de 25 anos chegou apenas na semana retrasada ao Vasco, mas já se tornou uma grata surpresa ao torcedor e arrancou elogios de Fábio Carille. O português estreou no duelo contra o Nova Iguaçu, pela segunda fase da Copa do Brasil, e foi o autor de uma linda assistência para o gol de Rayan, que abriu o placar da vitória por 3 a 0.
Após boa atuação na estreia, Nuno assumiu a titularidade no jogo de volta das semifinais contra o Flamengo, pelo Carioca, no último sábado e também teve destaque. O jogador marcou o gol vascaíno na derrota por 2 a 1. Chega com moral para o Campeonato Brasileiro.
Rayan
O jovem de 18 anos voltou do Campeonato Sul-Americano sub-20 e viajou direto para o Espírito Santo para o duelo contra o União Rondonópolis, pela primeira fase da Copa do Brasil. Mesmo sem treinar com o grupo, entrou no segundo tempo e ainda marcou um gol na vitória por 3 a 0 sobre o time mato-grossense.
Desde então, não saiu mais do time titular e esteve nos onze iniciais de Fábio Carille nos últimos quatro compromissos. Com ele, o Vasco ganhou mais mobilidade pelo lado direito e possibilitou novas alternativas para o setor ofensivo. O jogador é bem avaliado pela comissão técnica pela versatilidade, por conseguir atuar tanto centralizado quando pelo lado do campo.
Paulo Henrique
Um dos jogadores mais regulares do Vasco em 2025, Paulo Henrique acumulou boas exibições neste início de ano e se consolidou na lateral-direita vascaína. Antes da chegada dos últimos reforços, o atleta era praticamente a única válvula de velocidade e se tornou importante no esquema de Fábio Carille.
Com o novo treinador, o lateral teve atuações ainda mais seguras na parte defensiva e foi um dos pilares do setor para o Vasco. Ofensivamente, apareceu bastante em praticamente todos os jogos e marcou dois gols, contra Portuguesa e Maricá.