Vascaínos são apontados como promessas do futebol brasileiro

Na penúltima semana de abril a seleção brasileira sub-15 encerrou o seu primeiro compromisso de vulto no cenário internacional. Embora tenha sido eliminada nas semifinais do Torneio do Mediterrâneo, disputado na Espanha, os resultados e os prognósticos não podem ser considerados ruins. Afinal de contas, a equipe formada só por atletas /96 enfrentou várias forças do futebol /95 em campos de grama sintética e com tempos reduzidos de 25 minutos. Mesmo assim colecionou triunfos e só caiu diante do Barcelona, nos pênaltis.

Mais que o fracasso, o que deve ficar é a experiência para esses garotos e principalmente o material que o técnico Marquinhos Santos, que teve ótimos frutos em sua passagem pelo infantil do Atlético Paranaense, mas que nos últimos tempos só teve experiência nas categorias junior e sub-23, poderá ter para seu trabalho daqui em diante. Se antes Marquinhos tinha caído de paraquedas para avaliar jogadores nascidos em 1996, agora ele terá tempo para prospectar novos jogadores e reavaliar algumas peças.

Dos 26 convocados em setembro de 2010 para um período de testes na Granja Comary, quando ainda estavam sob o comando de Alexandre Sebben, Marquinhos manteve 13 nomes em sua primeira convocação de 25 atletas e depois optou pela manutenção de 15 destes para a lista de 21 que foi ao Catar e à Espanha. São muitas mudanças em um período curto de tempo.

Entre os jogadores que ficaram durante todo o ciclo até aqui está aquele que parece ser o Lucas Piazon da vez no quesito expectativa. O atacante Mosquito, do Vasco, tem sido o grande destaque dessa geração 1996. Depois de bons desempenhos em 2010, quando defendeu a equipe brasileira sub-14, Mosquito teve ótimas partidas no Catar - três gols em dois jogos contra o Aspire - e manteve o bom nível no Torneio do Mediterrâneo. Além dele, o lateral Foguete, também do Vasco, o meia Davi, do Internacional, e o goleiro Marcos, do Fluminense, também já chamam a atenção. No entanto, o velho ditado do \"devagar com esse andor\" deve ser adotado e com ainda mais ênfase nessa idade, já que o desenvolvimento dos atletas ocorre de forma mais rápida e o emocional ainda pesa demais em marés de bons e maus desempenhos.

Além de uma melhor avaliação sobre os meninos, a expectativa é de que daqui para o Sul-Americano Sub-15, que acontece em novembro no Equador, o técnico da seleção infantil brasileira possa correr um pouco mais o país e ver alguns nomes em outras ligas além da carioca. Não é implicância. Dos 21 convocados para os dois amistosos no Catar e o Torneio Internacional do Mediterrâneo, 14 defendem clubes do Rio de Janeiro.

Em que se pese o fato de outros estados não terem torneios sub-15, nada justifica tantos jogadores da mesma região do país em um período de testes, senão o desconhecimento de nomes. O Internacional, por exemplo, é o campeão da Copa Votorantim, um dos principais torneios da categoria, e mesmo assim só emplacou três nomes, enquanto Juventude e Grêmio, campeão e vice do Efipan 2011, não tiveram nenhum atleta chamado.

Em suma, se não foi o teste dos sonhos, o Torneio do Mediterrâneo teve uma importância vital nesse trabalho de formação da seleção infantil brasileira. Tanto pelo lado do treinador, ainda sem plenos conhecimentos da geração que tem em mãos, quanto pelo lado dos jogadores, que tiveram uma experiência em terras estrangeiras e jogando com a camisa verde e amarela. É o início de um trabalho longo que se for realizado da forma adequada vai render seus primeiros frutos no Sul-Americano, mas que deve seguir contribuindo sempre no caminho rumo à profissionalização dos meninos.

Confira a campanha do Brasil Sub-15 no Torneio do Mediterrâneo

Fase de grupos (todos os adversários foram clubes catalães)

Brasil 4 x 0 CFJ Mollerussa
Brasil 1 x 0 CE Europa
Brasil 3 x 0 Ef Sant Feliu

Oitavas de final (em dois jogos)

Brasil 1 x 0 Dynamo Moscou
Brasil 1 x 0 Locomotive Tblisi

Quartas de final

Brasil 1 x 1 Girona FC ( 9 x 8 nos pênaltis)

Semifinal

Brasil 0 x 0 Barcelona ( 2 x 4 nos pênaltis)