Dois mil e treze está ali na esquina. Ou mais perto ainda, se o assunto é futebol. Claro, ainda temos o Corinthians sonhando com o título mundial, três clubes brigando por uma vaga na fase de grupos da Libertadores, alguns poucos às voltas com o drama do rebaixamento e outros mais atrás da Sul-Americana, sem falar nos da segunda e terceira divisões que não sabem se sobem ou se descem.
Já para os quatro grandes do futebol carioca, 2012 já acabou faz tempo. E o novo ano, pelo menos em termos de preocupações, já está na pauta. Mesmo o Fluminense, em meio às comemorações de seu segundo título brasileiro em três anos, não prevê um mar de tranqüilidade para os doze meses de 2013. Há uma dívida astronômica a saldar, o que pode criar problemas para a manutenção do seu elenco campeão. Sem falar que a possibilidade de seu patrocinador pular fora, no fim do próximo ano, é ameaça de que o clube tantas vezes campeão venha a sofrer um duro golpe.
O Flamengo já vive uma situação crítica. E, diante de uma eleição que põe do lado uma presidenta que fracassou e do outro candidatos que têm tudo para fracassar, as perspectivas são ainda mais assustadoras que a do seu tradicional rival. Além do que, o Flamengo não tem time. Não um time à altura das tradições e da história do clube. Também afogado em dívidas e, além do mais, mal dirigido, o que pode esperar para 2013 a imensa torcida rubro-negra?
A situação do Vasco é mais grave, por mais incrível que pareça. O clube deve a todo mundo, inclusive aos jogadores que, por algum tempo, levaram o time aos primeiros lugares neste Brasileiro. O declínio desse time, que foi perdendo posições de forma vertiginosa, faz lembrar aquele velho filósofo de arquibancada para quem o melhor doping é a grana. Pois podem apostar que muito da queda vascaína tem a ver com os salários atrasados. E que o esperar de Ricardo Gomes frente a esses problemas, ele que, certamente, ouviu dos médicos a recomendação de evitar problemas?
E o Botafogo? Justamente agora, que parecia ter encontrado no jovem Bruno o centro-avante que lhe faltou a temporada inteira, está ameaçado de perdê-lo. Para quem? Sei lá. O futebol profissional virou coisa complicada nesses tempos de direitos econômicos e armadilhas parecidas. O fim do passe, grilhão do passado, não libertou o craque. Antes, o jogador era propriedade do clube. Hoje, pertence ao empresário, esta figura sombria que faz do futebol um negócio cada vez mais feio. Fora isso, a torcida torce para que, de algum modo, Bruno fique para, ao lado de Seedorf e outros, tornar o ano alvinegro que chega melhor do que o que se vai.