Os clubes da Série A do Brasileirão se colocaram contra o Flamengo e a prefeitura do Rio de Janeiro, que anunciou a volta do público aos estádios de futebol no próximo dia 4, com a partida entre o Rubro-negro carioca e Athletico-PR - marcada para o Maracanã. Segundo apurou o UOL Esporte, os dirigentes dos principais equipes do país defendem a isonomia esportiva na competição e não acreditam ser o momento certo para tal medida.
A reportagem entrou em contato com dirigentes dos 20 clubes da primeira divisão e não teve resposta apenas do Athletico-PR, Fortaleza e Sport. O Flamengo foi o único que se colocou favorável à liberação do público já em outubro. O Corinthians, inclusive, afirmou que não entrará em campo caso qualquer time volte a ter público em seu estádio antes dos demais.
Para os outros dirigentes, é necessário primeiro se avaliar as questões de segurança e ter uma autorização das autoridades sanitárias. Depois, é preciso se criar um protocolo e uma regra para ser cumprida em todas as praças.
A ideia para que ninguém tenha vantagem competitiva é de que a liberação seja feita de maneira uniforme. Ou seja, não apenas para uma praça.
Alguns clubes, apesar de sentirem a necessidade de incrementar a sua receita com a verba oriunda das rendas das partidas, argumentaram que não é o momento para tal medida. Outros acham que a volta já poderia acontecer neste momento, mas para em todos os clubes e com segurança para o público.
É importante dizer também que alguns dirigentes ouvidos pela reportagem acreditam que não a decisão da prefeitura do Rio de Janeiro não será aceita pela CBF e que o retorno do público só deverá acontecer em outro momento do campeonato.
Governo adia decisão
Em edição extra do diário oficial nesta sexta-feira (18), o governador em exercício no Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), adiou momentaneamente a volta do público aos estádios de futebol no estado. O governo terá uma reunião com o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e com a CBF para tratar do assunto na semana que vem. O governo do estado decretou a suspensão de eventos com público até o dia 6, incluindo jogos de futebol.
O aceno é também político, já que o prefeito vê com bons olhos o retorno das torcidas antes da eleição, onde tentará emplacar um segundo mandato no município. Entre seus interlocutores, Crivella acredita que a medida será popular, principalmente por envolver o Rubro-Negro, clube de maior torcida do país.
Além disso, o presidente Jair Bolsonaro é partidário da volta do público aos estádios, e Marcelo Crivella corteja seu apoio para o pleito marcado para 15 de novembro.
A nova rodada de conversas entre as autoridades incluirá também o Ministério da Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Sanitária, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, bem como empresas que administram as malhas ferroviárias e as linhas de ônibus da cidade, responsáveis por toda a logística de cada partida.
A entidade máxima do futebol brasileiro sempre trabalhou com a previsão de retorno em novembro, o que segue considerando mais plausível em função do tempo para aprovação dos protocolos e alinhamento de objetivos com todos os interessados. Uma reunião urgente entre clubes deve ser marcada também para a próxima semana.
Clubes ouvidos pela reportagem
Favorável à volta imediata no Rio
Flamengo
Contrários à volta imediata no Rio
Atlético-MG
Atlético-GO
Bahia
Botafogo
Ceará
Corinthians
Coritiba
Fluminense
Grêmio
Internacional
Palmeiras
Red Bull Bragantino
Santos
São Paulo
Vasco
Não se posicionaram ou não responderam
Athletico-PR
Fortaleza
Goiás
Sport