A partir de 2019, o Campeonato Brasileiro terá uma mudança radical nas cotas de TV, para desespero dos grandes clubes de São Paulo e Rio de Janeiro. A divisão do dinheiro seguirá o seguinte modelo: 40% divididos de forma igual entre os 20 integrantes da Série A, 30% pelo número de partidas transmitidas e 30% de acordo com a classificação final do torneio.
O Blog decidiu fazer um levantamento até a 31ª rodada para saber como ficaria a distribuição da grana da TV para todos os clubes. O grande prejudicado hoje seria o Corinthians, que deixaria de receber R$ 92,2 milhões, seguido pelo Flamengo, com R$ 81,8 milhões a menos de receita (todos os números estão no fim da matéria).
Do eixo Rio-São Paulo, só o Fluminense se daria bem com a mudança. Em compensação, pelo país, muitos times teriam motivos para comemorar, com destaque para o Atlético-PR (com R$ 28,9 milhões a mais), Ceará (R$ 26,3 milhões) e Internacional (R$ 25,7 milhões). Mesmo o Paraná, praticamente rebaixado, teria lucro de R$ 11,3 milhões.
“Mas as mudanças vão exigir muito planejamento dos clubes, porque 30% da receita com a TV só virá no fim do ano, de acordo com a classificação no campeonato”, ressalta Rui Costa, diretor de futebol do Atlético-PR. Vale lembrar que os rebaixados não ganham esse prêmio e sofrerão com uma drástica redução nos vencimentos para o ano seguinte, na Série B.
Abaixo, a situação de cada um dos 20 clubes que integram a elite nacional levando em consideração que o novo sistema já estivesse valendo:
PALMEIRAS:
Mesmo campeão do Brasileirão, o Palmeiras receberia um pouco menos do que os R$ 100 milhões com a nova divisão. O Verdão embolsaria R$ 96,3 milhões, sendo R$ 26,6 milhões fixos, R$ 30,7 milhões pelo número de jogos transmitidos (foram 12 após 31 rodadas) e R$ 39 milhões pela 1ª colocação na classificação geral.
FLAMENGO:
Na condição de vice-campeão, o Flamengo registraria uma queda de quase metade de sua receita com o novo modelo, caindo de R$ 170 milhões para R$ 88,2 milhões. Seriam R$ 26,6 milhões fixos, R$ 25,6 milhões pelas transmissões (10 até aqui) e R$ 36 milhões pelo segundo lugar geral.
INTERNACIONAL:
Terceiro colocado, o Inter teria um ganho superior a R$ 25 milhões se o sistema já valesse esse ano. É que o Colorado embolsa R$ 60 milhões, contra R$ 85,7 milhões do novo modelo: R$ 26,6 milhões seriam fixos, R$ 25,6 milhões pela audiência (10 jogos) e outros R$ 33,5 milhões com a terceira posição.
SÃO PAULO:
O Tricolor teria uma perda de quase R$ 20 milhões, já que embolsa atualmente R$ 110 milhões e ficaria com R$ 89,3 milhões, sendo R$ 26,6 milhões fixos, R$ 30,7 milhões com audiência (12 jogos exibidos) e R$ 32 milhões com o quarto lugar.
GRÊMIO:
Assim como o Inter, o Grêmio teria bastante vantagem com a nova distribuição do dinheiro, saltando de R$ 60 milhões para R$ 79,6 milhões. Tal bolada seria assim dividida: R$ 26,6 milhões pela divisão igualitária, R$ 23 milhões com audiência (nove jogos) e R$ 30 milhões pelo quinto lugar geral.
ATLÉTICO-MG:
Mesmo no sexto lugar, o Galo teria um incremento de mais de R$ 25 milhões em sua renda, pulando de R$ 60 milhões para R$ 85,3 milhões. O Atlético-MG ganharia R$ 26,6 milhões da cota fixa, R$ 30,7 milhões pelos jogos transmitidos (12) e R$ 28 milhões pela sexta colocação na tabela do campeonato.
SANTOS:
Como os outros paulistas, o Peixe teria prejuízo com o novo modelo, já que ganha R$ 80 milhões atualmente e ficaria com apenas R$ 65,5 milhões. Seriam R$ 26,6 milhões fixos, apenas R$ 12,8 milhões com transmissões de jogos (cinco) e R$ 26,1 milhões pela sétima colocação geral.
ATLÉTICO-PR:
O Furacão praticamente dobraria seus vencimentos, pulando dos R$ 35 milhões atuais para R$ 63,9 milhões. Isso porque seriam R$ 26,6 milhões fixos, R$ 12,8 milhões com jogos exibidos (cinco) e R$ 24,5 milhões pelo oitavo lugar geral.
CRUZEIRO:
Mesmo no 9º lugar, o Cruzeiro teria um incremento de R$ 22,3 milhões em sua receita, saindo de R$ 60 milhões para R$ 82,3 milhões. Seriam R$ 26,6 milhões fixos, R$ 33,2 milhões com transmissão de jogos (13) e outros R$ 22,5 milhões da nona posição
FLUMINENSE:
O Fluminense seria outro clube com aumento na receita com o Brasileiro: de R$ 60 milhões para R$ 77,8 milhões. Seriam R$ 26,6 milhões fixos, R$ 30,7 milhões com transmissão de jogos (12) e R$ 20,5 milhões pelo 10º lugar geral.
Continue a ler
CORINTHIANS:
O Corinthians seria hoje o maior prejudicado com a mudança das cotas, com quase R$ 100 milhões a menos nos cofres. É que o Timão fatura R$ 170 milhões e ficaria com apenas R$ 77,8 milhões, sendo R$ 26,6 milhões do valor fixo, R$ 25,6 milhões por causa das transmissões de jogos (10) e R$ 19 milhões pela classificação final, a 11ª colocação.
BAHIA:
Na 12ª posição, o Bahia asseguraria R$ 20 milhões a mais com a nova divisão do Brasileirão, saltando de R$ 35 milhões para R$ 56,4 milhões. Seriam R$ 26,6 milhões fixos, R$ 12,8 milhões com jogos exibidos (cinco) e R$ 17 milhões pela sua colocação na tabela.
CEARÁ:
Em 13º lugar, mais do que dobraria seus vencimentos com o novo modelo, pulando de R$ 23 milhões para R$ 49,3 milhões. Seriam R$ 26,6 milhões fixos, R$ 7,7 milhões com partidas mostradas na TV (três) e R$ 15 milhões pela classificação final no campeonato.
VASCO:
Atualmente na 14ª colocação, o Vasco teria uma perda considerável, de R$ 42,5 milhões, com a cota do Brasileirão. O clube carioca embolsa hoje R$ 100 milhões e ficaria com apenas R$ 57,5 milhões diante do novo modelo, sendo R$ 26,6 milhões fixos, R$ 17,9 milhões pelos jogos na TV (sete) e R$ 13 milhões pela 14ª posição final.
BOTAFOGO:
Mesmo uma posição abaixo do Vasco na tabela, o Bota embolsaria mais (R$ 59,1 milhões) e teria uma perda muito menor do que o rival carioca: apenas R$ 900 mil. Isso porque sua cota hoje é de R$ 60 milhões. O Fogão teria direito a R$ 26,6 milhões fixos, R$ 20,5 milhões dos jogos na TV (oito) e R$ 12 milhões pela 15ª colocação no Brasileirão.
AMÉRICA-MG:
Na luta para ficar na 1ª divisão, o América-MG se daria muito bem se o novo modelo já estivesse em vigor, saltando de R$ 23 milhões para R$ 44,3 milhões. Seriam R$ 26,6 milhões fixos, R$ 7,7 milhões pelos três jogos exibidos e R$ 10 milhões pela 16ª posição no campeonato.
CHAPECOENSE:
Caso confirmasse a queda para a Série B, a Chape não teria direito a prêmio pela classificação final, o que lhe causaria uma perda de quase R$ 3 milhões na atual receita: recebe R$ 32 milhões e ficaria com R$ 29,1 milhões, sendo R$ 26,6 milhões fixos e R$ 2,5 milhões pelo único jogo transmitido na TV.
SPORT:
Mesmo rebaixado, o Sport embolsaria mais com a nova divisão. Hoje, o Leão fatura R$ 35 milhões, contra R$ 47,1 milhões – com a ressalva de que o time não teria direito ao prêmio pela 18ª colocação. Além dos R$ 26,6 milhões fixos, o Sport também embolsaria R$ 20,5 milhões pelos oito jogos transmitidos.
VITÓRIA:
A matemática do Vitória seria idêntica à do Sport: R$ 47,1 milhões com a cota da nova divisão, contra os R$ 35 milhões atuais. Seriam R$ 26,6 milhões fixos e R$ 20,5 milhões pelos oito jogos exibidos. Lembrando que, por causa da 19ª colocação, não há prêmio.
PARANÁ:
Dono da pior campanha do Brasileirão e com mais de 99% de chance de rebaixamento, o Paraná levaria para casa R$ 34,3 milhões, R$ 11,3 milhões a mais do que atualmente. Seriam R$ 26,6 milhões fixos e R$ 7,7 milhões pelos três jogos transmitidos em TV.
VARIAÇÃO DA COTA DE TV ATUAL/NOVA DIVISÃO:
QUEM MAIS PERDE:
1º Corinthians: R$ -92,2 milhões (de R$ 170mi para R$ 77,8mi)
2º Flamengo: R$ -81,8 milhões (de R$ 170mi para R$ 88,2mi)
3º Vasco: R$ -42,5 milhões (de R$ 100mi para R$ 57,5mi)
4º São Paulo: R$ -20,7mi (de R$ 110mi para R$ 89,3mi)
5º Santos: R$ -14,5mi (de R$ 80mi para R$ 65,5mi)
6º Palmeiras: R$ -3,7 milhões (de R$ 100mi para R$ 96,3mi)
7º Chapecoense: R$ -2,9 milhões (de R$ 32mi para R$ 29,1mi)
8º Botafogo: R$ -900 mil (de R$ 60mi para R$ 59,1mi)
QUEM MAIS GANHA:
1º Atlético-PR: R$ 28,9 milhões (de R$ 35mi para R$ 63,9mi)
2º Ceará: R$ 26,3 milhões (de R$ 23mi para R$ 49,3mi)
3º Internacional: R$ 25,7 milhões (de R$ 60mi para R$ 85,7mi)
4º Atlético-MG: R$ 25,3 milhões (de R$ 60mi para R$ 85,3mi)
5º Cruzeiro: R$ 22,3 milhões (de R$ 60mi para R$ 82,3mi)
6º Bahia: R$ 21,4 milhões (de R$ 35mi para R$ 56,4mi)
7º América-MG: R$ 21,3 milhões (de R$ 23mi para R$ 44,3mi)
8º Grêmio: R$ 19,6 milhões (de R$ 60mi para R$ 79,6mi)
9º Fluminense: R$ 17,8 milhões (de R$ 60mi para R$ 77,8mi)
10º Sport: R$ 12,1 milhões (de R$ 35mi para R$ 47,1mi)
11º Vitória: R$ 12,1 milhões (de R$ 35mi para R$ 47,1mi)
12º Paraná: R$ 11,3 milhões (de R$ 23mi para R$ 34,3mi)
COTAS DE TV DO BRASILEIRÃO DESTE ANO:
R$ 170mi: Corinthians e Flamengo
R$ 110mi: São Paulo
R$ 100mi: Palmeiras e Vasco
R$ 80mi: Santos
R$ 60mi: Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo, Fluminense, Grêmio e Inter
R$ 35mi: Atlético-PR, Bahia, Sport e Vitória
R$ 32mi: Chapecoense
R$ 23mi: América-MG, Ceará e Paraná