Futebol

Vasco é um dos poucos times da Série A que possui psicólogo

Nilmar, Thiago Ribeiro, Ronaldo Fenômeno, Cicinho. Os quatro jogadores tiveram em comum um grave problema: a depressão. ​O portal do Esporte Interativo fez uma pesquisa para saber se as equipes da Série A trabalham com um profissional da psicologia no futebol profissional. O resultado? Impressionante.

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A maioria dos clubes, 14 deles, não possuem psicólogos nos times profissionais, alguns contam com o especialista apenas na base. Em contato com o portal, o profissional especializado em psicologia esportiva Rodrigo Falcão falou um pouco sobre a função no dia a dia do clube e a falta que faz no profissional, onde deveria ser tão importante quanto nas categorias anteriores.

“Então, o trabalho psicológico deveria ter o mesmo peso da parte tática, técnica e física, porque quando a gente fala de alta performance, atleta de elite, se algum desses tripés estiverem ruins, o desempenho vai diminuir, por isso que a parte psicológica deveria ter o mesmo valor que todas as outras áreas. Claro que nos últimos anos tem melhorado, mas ainda no meu modo de ver existe um preconceito com o setor”.

“Acredito que deveria ter a mesma importância no profissional quanto se tem na base (maioria dos clubes só possuem o psicólogo nas categorias de base) até pela questão da pressão, da visibilidade que o futebol tem na nossa sociedade. Claro que na base, é muito importante pois a maioria dos atletas não vão chegar no profissional, muitos vão ficar pelo caminho, por isso esse trabalho é fundamental no ponto de vista da saúde mental e, no adulto deveria ser também por conta da pressão pelos resultados, pode gerar estresse, depressão, como casos recentes, igual o caso do Nilmar”.

Caso esse que pegou muita gente de surpresa, ainda mais pelo fato do atacante Nilmar ter o problema diagnosticado pouco depois de chegar ao Santos, no ano passado. O psicólogo acredita que pode ter havido negligência do clube.

“O nome negligência é perfeito. Muitos clubes não veem o atleta como um ser humano, veem como uma máquina de performance, e também no staff desses atletas, onde a maioria tem um salário razoável e poderia proporcionar um acompanhamento na carreira desse jogador. Falta também esse cuidado do apoio, da assessoria dos profissionais, por isso chamo de negligência, pois a maioria dos clubes veem o atleta como um negócio. Eu penso que se você investir num profissional de psicologia, você está investindo no seu próprio patrimônio, que são os jogadores, que vão gerar receitas, faz parte do negócio também”.

Para Falcão, a primeira coisa para começar com essa implementação de psicólogos no futebol brasileiro é acabar com esse estigma dos clubes associarem a psicologia do esporte com a da clínica, que geralmente tem um transtorno emocional por trás. No futebol, o papel é desenvolver as habilidades psicológicas para o esporte – concentração, motivação, gerenciamento de estresse.

Além disso, o psicólogo acredita que o modelo europeu é o padrão a ser seguido e cita times como: Barcelona, Atlético Madrid, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Bayern de Munique, entre outros, que possuem psicólogos além da seleção alemã que conta com uma equipe de profissionais na área.

Em tempo: atualmente o técnico da seleção brasileira, Tite afirmou no programa No Ar com André Henning, que não não levará psicólogo para Copa, mas destacou a importância em trabalhos longos. Confira na íntegra:

Veja a lista na íntegra dos clubes brasileiros que contam ou não com esse profissional:

1 - América-MG: Sim.

2 - Atlético-MG: Não.

3 - Atlético-PR: Sim, mas é o treinador Fernando Diniz, que é formado em psicologia.

4 - Bahia: Não.

5 - Botafogo: Não.

6 - Ceará: Não.

7 - Chapecoense: Não.

8 - Corinthians: Não.

9 - Cruzeiro: Sim.

10 - Flamengo: Sim.

11 - Fluminense: Não.

12 - Grêmio: Não.

13 - Internacional: Não.

14 - Palmeiras: Não.

15 - Paraná: Não.

16 - Santos: Não.

17 - São Paulo: Sim.

18 - Sport: Não.

19 - Vasco: Sim.

20 – Vitória: Não. 

Fonte: Esporte Interativo
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