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Vasco fechou semestre no vermelho e admite não bater meta para 2019

Orgulho para o Vasco em 2018, quando o clube acenou com um superávit de R$ 65 milhões, as contas agora são motivo de preocupação em 2019. De acordo com o balancete divulgado pelo Cruzmaltino na última quarta-feira (22), o primeiro semestre fechou no vermelho com um déficit de aproximadamente R$ 12 milhões.

No documento disponível no site oficial do clube, consta uma receita exata de R$ 79.893.440,96 contra uma despesa de R$ 91.841.453,66.

Foto: Reprodução / Site oficial do VascoBalanço

O alerta fica ainda mais ligado se colocarmos como comparativo a previsão orçamentária para 2019. Nela, consta um superávit de R$ 72 milhões. Ou seja, R$ 7 milhões a mais do que ano passado, quando o Vasco bradou aos quatro ventos ter fechado com o "maior superávit do Brasil".

Na estimativa feita pela diretoria, o clube fecha a temporada com uma receita líquida de R$ 224 milhões, contra despesas totais de cerca de R$ 152 milhões.

Porém, para atingir este número diante do déficit atual de aproximadamente R$ 12 milhões, o Vasco precisará tirar uma diferença de R$ 84 milhões.

Presidente do clube, Alexandre Campello admite que dificilmente alcançará o planejamento orçamentário, mas reforça que um dos pontos primordiais está sendo seguido à risca: o pagamento das dívidas:

"Às vezes se tem um déficit no caixa, mas se pode ter um superávit, são coisas distintas. Ano passado terminamos com déficit no caixa também, mas tivemos um superávit de R$ 65 milhões e uma diminuição da dívida de R$ 93 milhões. Quando eu digo que não está entrando dinheiro no Vasco, não quer dizer que a TV não está pagando. Ela está pagando, sim, só que esse dinheiro está sendo consumido pelas dívidas. Ou seja, estamos diminuindo a dívida do clube a partir do momento que esses recursos vão para isso. Paralelamente, daqueles recursos que entram no clube, parte deles também são destinados a pagamento de dívidas. Então pode ser que a gente termine o ano com algum déficit de caixa, mas com redução da dívida".

Clube tem plano B

Considerado o "guru econômico" da gestão Alexandre Campello, o vice-presidente de Controladoria, Adriano Mendes, ressaltou que a mudança no formato de pagamento das cotas de TV este ano impactou no balancete semestral negativo. Como é feito agora de forma sazonal, a maior parte será depositada somente no segundo semestre.

Em sua análise, comparando da forma como era até o ano passado, o Vasco já poderia contar com cerca de R$ 20 milhões que só entrarão na segunda metade da temporada junto com o montante total de R$ 80 milhões que o clube projeta (calculando que a equipe ficará entre as dez primeiras do Campeonato Brasileiro), fato que, segundo suas contas, tiraria o clube do vermelho nos seis primeiros meses de 2019.

Mendes, porém, admitiu que a conta final do ano fechará apertada, embora o Vasco já trabalhe com um plano B para compensar um pouco o planejamento orçamentário.

"Estamos tentando trabalhar o contrato de longo prazo com a Globo, uma negociação no qual envolve você conseguir um outro deságio com pagamento à vista de boa parte da dívida que a gente tem. Se fizermos isso, de novo teremos um gerenciamento financeiro que vai dar um ganho que, talvez, possa compensar o plano A que não veio com venda de jogador ou um patrocínio mais forte", disse ao UOL Esporte.

Venda de atletas e falta de patrocínio: a pedra no sapato

Um dos pontos que tem causado discrepância nas contas até o momento é o fato de o Vasco não ter conseguido emplacar uma venda de grande porte na temporada como havia feito nos anos anteriores, com Paulinho e Douglas Luiz. Segundo o orçamento, está prevista uma receita de R$ 30 milhões com direitos econômicos de jogadores, mas no primeiro semestre, segundo o balancete, o clube obteve somente cerca de R$ 10 milhões.

"Uma das coisas que aconteceu no futebol brasileiro nessa janela de meio de ano é que ninguém vendeu. Se for olhar o balanço do ano passado dos maiores clubes do Brasil, todos eles têm um valor significativo oriundo de venda de ativos. Ativos, leia-se jogador de futebol. Aliás, os que mais faturaram foram os que mais venderam, que tiveram mais receitas oriundas de jogador de futebol", justificou Campello.

Além do déficit orçamentário no quesito venda de atletas, o Vasco também está longe de atingir a meta oriunda de patrocínios, publicidade e royalties, que era de R$ 35 milhões.

"Tivemos uma frustração na venda de jogador, onde se previa R$ 30 milhões, mas até o momento só deu R$ 10 milhões. Tem R$ 20 milhões faltando. Tinha também uma previsão de dificuldade financeira onde se precisava de um empréstimo, algo em torno de R$ 25 milhões. E tivemos algo que está acontecendo também em outros clubes que é a questão de patrocínio. Mesmo recebendo R$ 8 milhões do BMG (patrocinador máster), vamos ter um número bem menor que os R$ 35 milhões que a gente previu. Se somar essas frustrações e não conseguirmos reverter, vai dar uns R$ 70 milhões de déficit financeiro. E aí vamos ter que reverter de alguma forma", disse, indicando posteriormente o "plano B" descrito acima na matéria.

Vice-presidente de marketing do Vasco, Bruno Maia apresentou seus argumentos no Twitter quando questionado sobre os resultados apresentados até aqui. Em sua análise, os números abaixo do esperado em comparação ao orçamento são frutos, em parte, da crise de investimento no futebol brasileiro como um todo, embora tenha feito uma mea culpa:

 

Vasco ainda conta com venda

O clube estava pré-disposto a vender no início de 2019 o atacante Marrony, de 20 anos, que chegou a entrar na mira do Newcastle (ING) e do Sporting (POR), mas nenhuma proposta oficial acabou chegando.

O nome da vez agora é Talles Magno, de apenas 17 anos, com uma multa estipulada em cerca de R$ 130 milhões e que virou xodó do técnico Vanderlei Luxemburgo. Ele é uma das figuras praticamente certas do Mundial da categoria,que acontecerá a partir de outubro no Brasil, algo que pode servir de vitrine para o mercado exterior.

O jovem atacante tem sido constantemente convocado para amistosos com a seleção brasileira sub-17 e chegou a ser pivô de uma recente crise institucional entre Vasco e CBF. 

Fonte: UOL Esportes
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