O Vasco começou a colocar em prática uma ideia que será adotada nas partidas do Campeonato Brasileiro, em São Januário. O alambrado que divide a torcida cruz-maltina da visitante está sendo retirado para a realização de uma divisão móvel, que libere mais espaço nas arquibancadas para os torcedores vascaínos dependendo do apelo do jogo e dos adversários. Contra o Goiás, pela estreia da competição, domingo, o novo formato já estará em funcionamento.
Pelo Estatuto do Torcedor, a torcida visitante tem direito a 10% da capacidade dos ingressos do estádio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, São Januário comporta pouco mais de 18 mil pessoas. Mas para o jogo com o Goiás, já está acordado e aprovado pelo Gepe que cerca de 600 entradas serão destinadas aos adversários. O vice de engenharia e patrimônio do Cruz-Maltino, André Luis Vieira Afonso, explicou que o objetivo é ter um melhor aproveitamento e oferecer mais conforto aos vascaínos.
- A ideia é fazer a divisão da torcida visitante de acordo com o apelo do jogo. Isso pode variar a cada partida, e queremos ter um melhor aproveitamento do espaço para a torcida do Vasco. Vamos melhorar as condições. O Gepe está ciente - disse o vice de engenharia e patrimônio cruz-maltino.
O alambrado móvel pode funcionar de duas maneiras: a princípio, o Vasco estuda o mecanismo de trilho para o deslocamento da estrutura. Ou então a instalação de três pontos fixos para a colocação das barreiras móveis. A ideia foi prontamente aprovada pelo comandante do Gepe. O tenente-coronel João Fiorentini afirmou que liberar mais espaço à torcida cruz-maltina pode evitar acúmulo desnecessário de pessoas do lado de fora do estádio, que não tenham conseguido comprar ingresso.
- Eu sugeri isso ao Vasco há algum tempo. Agora, na gestão do Eurico Miranda, eles resolveram fazer. O estatuto determina uma carga de 10% para a torcida visitante, mas, muitas vezes, no Campeonato Brasileiro, os visitantes não passam de 100 pessoas. Fica um espaço ocioso. Em um jogo como este (contra o Goiás), em que a torcida está empolgada pelo título do Carioca, a expectativa é de um público grande. Quando temos esse espaço vazio, muitos torcedores ficam sem ingresso e insatisfeitos do lado de fora, o que é pior para o Gepe. E o Vasco também deixa de ganhar dinheiro, vendendo mais ingressos - explicou o comandante do Gepe.
Cada jogo é um caso e será estudado pelos clubes e pelo Gepe. Contra Corinthians, Santos, São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro e Atlético-MG, o tenente-coronel já adianta que o mecanismo não poderá ser colocado em prática. As decisões dependem da importância da partida e da quantidade de pessoas que a torcida visitante costuma levar aos estádios.
E no Maracanã?
O comandante do Gepe defende que a ideia possa ser utilizada também no Maracanã, principalmente em jogos de grande apelo do Flamengo. O tenente-coronel relembrou do jogo entre o Rubro-Negro e o América do México, pela Taça Libertadores de 2008, afirmando que a torcida carioca poderia ter ocupado mais espaços na arquibancada.
- Isso poderia acontecer também no Maracanã. Eu já tive muitos problemas por causa da torcida do Flamengo. Foi o que aconteceu contra o América do México, por exemplo. Quando tiver Flamengo e Chapecoense, outro exemplo, o adversário não solicita os 10% dos ingressos, solicita 1%. O Flamengo acaba perdendo 9% de entradas que poderiam ser vendidas.