O Vasco está a uma vitória de se sagrar campeão carioca. Pelo caminho, deixou o Fluminense, na fase semifinal e, após empate por 1 a 1 com o Flamengo, no primeiro jogo da decisão, tem de superar o rival, na finalíssima, no próximo domingo, para ficar com a taça. Em meio às boas atuações que levaram o Cruz-Maltino à condição de postulante ao título, uma estatística chama a atenção: a posse de bola.
Ficar mais tempo com a bola nos pés tem sido a tônica do Vasco. Na segunda partida semifinal, contra o Fluminense, o time da Colina chegou a ter 70% da posse de bola no primeiro tempo. Já em vantagem, recuou para garantir o resultado na etapa final e, ainda assim, estava em vantagem ao fim do jogol. No placar, 1 a 0. Na posse de bola, 58% a 42%.
Contra o Flamengo, a rotina se repete. No jogo da Taça Guanabara, o Vasco teve 56% de posse de bola, contra 44% do Rubro-Negro, apesar da derrota por 2 a 1. No último domingo, ao longo do primeiro tempo, o percentual chegou a estar em 65% a 35%. No entanto, aos 11 da etapa final, Everton Costa foi expulso. Com um homem a menos, foi difícil manter o domínio. Ainda assim, ao fim do jogo, o percentual apontava equilíbrio, com ligeira vantagem rubro-negra: 52% a 48%.
O técnico Adilson Batista revela que a alta posse de bola vascaína não existe por acaso. É fruto de uma filosofia do treinador e do trabalho feito ao longo da semana.
- Temos controlado muito bem o jogo. É importante ter a bola, os riscos são menores. Muitos de nós não têm essa paciência, alguns não entendem quando se recua para o goleiro, mas eu até peço que faça isso. É um dado importante, mas não garante vitória. A gente tem trabalhado de um jeito diferente nos últimos tempos, desde que adquirimos mais entrosamento e confiança. Sempre priorizei nas minhas equipes o controle de bola, o domínio, a segurança. É importante ser incisivo e rápido na transição para pegar os adversários com menos jogadores defendendo - explicou.
Adilson acrescenta ainda que a receita deve ser repetida na finalíssima, no próximo domingo, no Maracanã. A necessidade da vitória não vai fazer com que o treinador aposte em mais homens de frente.
- Quando entramos com 500 na frente, tomamos cinco gols do Atlético-PR (na última rodada do Brasileiro, jogou que sacramentou o rebaixamento). O excesso de atacantes não diz nada. Temos criado com paciência, estamos trabalhando bem. A situação é idêntica à do jogo contra o Fluminense. Precisamos reverter a vantagem e temos mais 90, 96 minutos para isso.
A bola rola para Flamengo x Vasco às 16h do próximo domingo, no Maracanã. Só a vitória fará o Cruz-Maltino encerrar o jejum de títulos estaduais, que persiste desde 2003. No caso de empate, a taça vai para o Rubro-Negro.