O Vasco espera receber a oferta vinculante da 777 Partners para a aquisição de 70% dos ativos da Sociedade Anônima de Futebol daqui a três semanas. O resultado da Assembleia Geral Extraordinária ocorrida no último sábado, que confirmou a mudança estatutária que permite a criação da empresa e a transferência dos ativos do futebol para ela, abre a contagem regressiva para o próximo passo necessário para a continuidade no processo.
Inicialmente, a diretoria imaginava que a 777 poderia se antecipar em relação ao prazo de 90 dias estabelecido para a realização de diligência. Entretanto, a expectativa agora é que o grupo americano faça uso de todo tempo disponível, estabelecido no fim de fevereiro, quando as partes assinaram memorando de entendimento. Neste período, a 777 Partners terá exclusividade para a apresentação de oferta. Depois, o Vasco estará livre para conversar com outros investidores em potencial.
O número de votos a favor (quase 80%) da mudança estatutária — foram 3.260 associados defendendo a alteração, 925 contrários e mais 25 abstenções —, deu à diretoria a confiança de que, uma vez confirmada a oferta dos americanos, o clube deverá seguir o trâmite sem maiores problemas para confirmar a negociação.
Mais poder para sócios
Com a proposta em mãos, o Vasco deve apresentá-la para conselheiros e sócios nos pormenores para uma nova rodada de votações. A primeira, no Conselho Deliberativo. Os membros do CD terão a tarefa de emitir parecer quanto à criação e venda de 70% dos ativos da SAF para os investidores. Entretanto, independentemente do parecer do conselho, caberá aos sócios em nova AGE aprovar ou não criação e venda da SAF.
O clube se escorou numa alteração no Código Civil para mexer o estatuto e estabelecer que a decisão sobre a SAF será dos associados, sem o Conselho Deliberativo exercer um papel de primeiro avalizador da pauta.
No entendimento da diretoria, o trâmite tradicional deve ser seguido, com beneméritos e conselheiros eleitos deliberando sobre criação e venda da SAF antes de uma assembleia entre os sócios. Na prática, a votação poderia seguir diretamente para uma nova AGE.