O Vasco vai até São Paulo buscar num rival a inspiração para remodelar seu departamento de captação de jogadores. Sob o comando do assistente da comissão técnica Clóvis Oliveira, braço direito do diretor executivo René Simões, o clube quer copiar o modelo do Corinthians. A intenção é montar um banco de dados com informações de carências em cada categoria de base e no profissional, para cruzar dados com informações de mais de um observador e viajar pelo país para ver de perto os atletas desejados.
René Simões considera o modelo do Corinthians um dos melhores do futebol brasileiro. Em breve, ele vai enviar Clóvis a São Paulo para trocar informações com o gerente de futebol do Timão, o ex-jogador Edu Gaspar.
- É um trabalho muito bem feito. Lá, os observadores assistem a treinamentos diferentes, em dias diferentes dos jogadores. Depois, esses dados são cruzados. O jogador pode chamar a atenção de um, mas de cinco é mais difícil. Então, não é a opinião de um só, são 10 olhos - explica René.
Até pouco depois da saída de Rodrigo Caetano de São Januário, no fim de 2011, este trabalho era coordenado na Colina por Juarez Fischer, que veio do Grêmio junto com o atual diretor executivo do Fluminense. Caetano, aliás, levou Fischer para as Laranjeiras três meses depois de trocar de clube carioca.
- No Vasco, conseguimos formar uma rede de fornecedores, que podem ser empresários, clubes menores e outros tipos de parceiros. Meu trabalho no Fluminense é muito parecido, eu vim acrescentar, porque o clube já tinha um trabalho muito bom antes da minha chegada - afirma Juarez Fischer.
Durante a passagem de Fischer por São Januário, a equipe de captação contratou aproximadamente 20 jogadores, entre eles alguns que se firmaram entre os titulares, como o volante Romulo, vendido no ano passado ao Spartak de Moscou.
Muito criticadas nos últimos anos, as categorias de base do Vasco passaram por reformulação a partir de setembro do ano passado. Saíram, entre técnicos, coordenadores e observadores, os ex-jogadores Sidney e Wilsinho, que eram responsáveis por esse trabalho. Agora, René Simões deseja implantar um novo modelo em São Januário. Com um toque corintiano.