Do empate por 0 a 0 com o Ceará, na noite de terça-feira, em Fortaleza, dá para frisar alguns pontos. Um: o Vasco encerrou o primeiro turno da Série B como líder e com quatro pontos de vantagem do segundo colocado. Dois: o setor criativo vascaíno teve atuação apagada. Três: a equipe sentiu falta de um homem de referência na área. Quatro (e talvez o mais animador): Andrezinho se mostra cada vez mais imprescindível para o time e se torna o "pulmão" do Cruz-Maltino.
A alcunha quem dá é Zinho, que comandou o time na ausência de Jorginho - expulso contra o Criciúma, no fim de semana passado, em São Januário. Seguem os elogios do auxiliar ao meia:
- Andrezinho, antes de tudo, é um profissional, na acepção da palavra. É um jogador diferenciado, de qualidade técnica e leitura de jogo muito boa. Temos o Andrezinho como o pulmão do time. Aquele jogador que é um diferencial na equipe. Participa do jogo com e sem a bola. No primeiro tempo, os meias do Ceará estavam conseguindo jogar no nosso setor de cabeça de área. Recuamos o Andrezinho, e ele neutralizou a chegada do Ceará. Perdemos um pouco na frente, da chegada. Mas a saída de bola fica com muita qualidade - disse Zinho.
Agora, há de se explicar por que Andrezinho é o "pulmão". O camisa 7 tem funções distintas no meio do Vasco, e cada jogo pede uma ênfase diferente. Contra o Santa Cruz, no Recife, pela Copa do Brasil, por exemplo, ele chamou a responsabilidade da criação na ausência de Nenê e esbanjou categoria ao marcar um belo gol na vitória por 3 a 2.
Diante do Ceará, Andrezinho foi obrigado a recuar e ajudar Diguinho na saída de bola e na proteção do setor. O fez com desenvoltura e foi o melhor jogador do Vasco na partida. Ele levou um cartão amarelo no início do jogo e, assim, continuou em campo. Mesmo correndo riscos de ser expulso, roubou seis bolas importantes. Quase metade do número de bolas roubadas pelo Cruz-Maltino no confronto: 14. Dos 26 passes que Andrezinho deu, acertou 24.
Mas se por um lado o esforço de Andrezinho deve ser reconhecido, por outro o setor criativo do Vasco deixou a desejar. Yago Pikachu cansou e não foi bem como vinha nas últimas partidas. Nenê, que acabara de se recuperar de lesão, pareceu não sentir a musculatura devidamente solta. Em campo, errou passes e não deu suas habituais arrancadas, extremamente importantes para as jogadas ofensivas. Resultado? Buracos no meio e dificuldade de ligação com o ataque. O Vasco não teve nenhuma chance real de gol.
Enquanto Jorge Henrique fazia o que geralmente faz, voltar para marcar e cobrir Julio Cesar, que reclamou de dores e foi substituído, Éderson sentiu a falta do homem de referência na área. Bem, nesse esquema, o próprio Éderson era para ser este jogador. Mas ainda que tenha arriscado finalizações de fora da área, ele mostrou atuar melhor com alguém (Thalles, no caso) fazendo o pivô para ele. E não ele fazendo o pivô para Nenê.
Este é um dos pontos que Jorginho terá que trabalhar na parada de 18 dias. O próximo compromisso será no dia 20 de agosto, contra o Sampaio Corrêa, jogo que deve acontecer em Cariacica, no Espírito Santo.
Andrezinho contra o Ceará:
1 Finalizações
26 Passes
24 Passes certos
2 Passes errados
3 Bolas levantadas
3 Faltas recebidas
6 Roubadas de bola
1 Jogadas pela lateral