Foram dois meses de treinos, nenhuma entrevista, distância dos holofotes e desconfiança pelo fato de ser filho de um aliado político do presidente Eurico Miranda. Mas a rotina de Bruno Gallo, cria da base do Vasco e regularizado desde o dia 17 de julho, mudou após pegar a Ponte no caminho. Com oito desfalques, entre eles três do meio de campo - Guiñazu, Serginho e Lucas -, o jogador ganhou sua primeira chance na equipe. E de cara foi titular na vitória por 1 a 0 no Moisés Lucarelli em cima dos donos da casa, na noite de quarta-feira. Apesar de ser meia, ele pode também jogar de volante ou lateral-esquerdo e assumiu funções mais defensivas.
Formou um losango no meio de campo com Diguinho mais recuado, Julio dos Santos na direita, ele na esquerda e Nenê adiantado. Ficou com a incumbência de dobrar a marcação com Julio Cesar na lateral, mas também distribuir o jogo. Acertou 25 passes na partida e errou só dois. Cometeu seis faltas, sofreu duas e ainda apareceu na frente com uma finalização sem perigo para fora. Na etapa final cansou e matou um contragolpe em que poderia ter saído o segundo gol. Mas o saldo foi para lá de positivo na visão de Jorginho.
Bruno Gallo contra a Ponte:
- minutos em campo: 99
- finalizações: 1
- passes certos: 25
- passes errados: 2
- faltas cometidas: 6
- faltas sofridas: 2
- Eu vi vários jogos dele fora daqui, em Portugal. A gente procura antes de colocar o jogador ver esses vídeos para entender exatamente. É um jogador que tem marcação muito forte, fez um losango no meio campo com três volantes e o Nenê à frente, fizeram um trabalho muito bem feito, principalmente ele pelo lado esquerdo. Muita força e ao mesmo tempo personalidade de sair e criar - elogiou o comandante.
Bruno Gallo começou nas categorias de base do Vasco aos 10 anos de idade e deixou o clube em 2009 para jogar em Portugal. Na Europa, atuou por Leixões, Vitoria de Setubal e Marítimo, onde foi destaque na última temporada e não renovou contrato ao fim dela. Acertou seu retorno à Colina depois de seis temporadas longe e firmou contrato até o fim de 2016. Mas até estrear precisou esperar... esperar... esperar... Jorginho justificou a demora pela quantidade de opções no elenco, que é inchado, e ganhou o que classificou como "dor de cabeça boa" com a volta de outros jogadores, como Serginho e Lucas.
- A gente tinha outras opções ali, normalmente vinha jogando o Guiñazu. Até mesmo nossa formação era diferente, vinha jogando num 4-2-3-1, hoje entramos literalmente num 4-4-2, com dois atacantes mais de frente para a chegada do Nenê. Tinha também o Lucas, que vinha treinando muito bem. São opções que vêm acrescentar muito ao grupo. Dor de cabeça muito boa de ter. O duro é precisar de um jogador para uma posição e não ter. Apesar do Jordi ter ido muito bem, com certeza o Martín (Silva) é titular e retorna. Quanto às outras posições, vamos pensar um pouquinho mais - despistou o treinador.
Após voltar a vencer depois de novo jogos, o Vasco foi a 16 pontos, segue na lanterna do Campeonato Brasileiro, mas renovou as esperanças na briga contra o rebaixamento. O próximo desafio será o Atlético-PR neste domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã.