Nos últimos dias, circulam versões equivocadas sobre um determinado trecho da apresentação que fiz ao Conselho Deliberativo do Club de Regatas Vasco da Gama na última segunda-feira, dia 29 de abril. Em respeito aos Conselheiros, aos sócios e a todos os torcedores, cabem os seguintes esclarecimentos:
Uma de minhas declarações na reunião foi erroneamente interpretada ou deliberadamente deturpada por agentes políticos do Clube. Durante a apresentação, ao me referir aos acordos firmados pelo Vasco da Gama com seus credores, disse, exatamente com estas palavras, que "o não pagamento foi pensado também na hora de elaborar os acordos". A frase acima, transcrita da minha apresentação, não tem outro significado se não o de esclarecer que, no fechamento dos contratos, buscamos negociar com os credores um prazo de carência para os vencimentos das parcelas, com a intenção de preservar a manutenção dos acordos em eventuais períodos de maior dificuldade financeira – como atualmente o Clube sabidamente se encontra, devido, principalmente, a penhoras e mudanças no fluxo de pagamentos relativos ao contrato com a Rede Globo.
É obrigação de qualquer gestor financeiro contemplar, sim, a impossibilidade de pagamento de um determinado passivo na hora da sua renegociação.
Este expediente não apenas é uma praxe em negociações desta natureza como expressa o respeito e a boa fé da Diretoria Administrativa do Clube em relação a seus credores. Expressa também o zelo da direção do Vasco da Gama em celebrar acordos adequados à realidade financeira do Clube e que não acarretem novos riscos ou custos e tampouco comprometam o fluxo de caixa da instituição.
Estruturamos no Clube uma área específica para tratar das dívidas e acordos com a participação de profissionais das áreas jurídica e financeira, além da atuação de uma consultoria internacional especializada. Tal fato demonstra a postura profissional e responsável com que procuramos tratar as dívidas e negociar com os credores que, em sua maioria, datam de anos ou décadas. Um a um, todos os credores foram ou têm sido contatados e com todos eles esta Diretoria Administrativa tem procurado celebrar acordos dentro dos termos e condições possíveis para a realidade do Vasco. Em 2018, reduzimos nosso passivo em mais de R$ 90 milhões.
Em respeito aos ex-funcionários, ex-atletas, colaboradores e parceiros que trabalharam e contribuíram para a grandeza do nosso Clube e com os quais firmamos acordos de renegociação de dívida, esclareço e reafirmo que estamos empenhados na retomada dos pagamentos por ventura atrasados, o que será possível com a regularização de nosso fluxo de caixa.
Sigo à disposição, bem como todo o time focado na gestão destes passivos, para quaisquer esclarecimentos necessários.
Atenciosamente,
João Marcos Amorim
Vice-Presidente do Departamento de Finanças do Club de Regatas Vasco da Gama